quarta-feira, 24 de maio de 2017

SECOS & MOLHADOS (ÁLBUM - 1973)



A primeira banda de rock, como se fosse um grupo vocal? E isso existe? Secos & Molhados da década de 70 no Brasil se apresentava com figurinos e maquiagem extravagantes, até mesmo no rosto. O que gera uma especulação se a banda de rock americana Kiss copiou a ideia das mascaras pintadas no rosto da banda brasileira. Será? A formação clássica tínhamos João Ricardo (vocais, violão e harmônica), Ney Matogrosso (vocais) e Gérson Conrad (vocais e violão). E foi João que criou o nome da banda sozinho em 1970.

O som do grupo mistura MPB, danças, glam rock, folk, rock progressivo poesias e canções do folclore português, como em o "O Vira", aliados à críticas sobre a Ditadura Militar, tudo isso como base em um som de  rock pesado, até então inédito no Brasil! O som da banda fez a transição da bossa nova à Tropicália e depois o rock brasileiro, que estourou nos anos 80. um estilo que só floresceu expressivamente nos anos 80. O primeiro álbum, simplesmente chamado de SECOS & MOLHADOS é um clássico de toda a discografia brasileira, a começar pela capa (crítica a Ditadura Militar), onde o Titãs já homenagearam no vídeo Eu Não Aguento de 1995!

Secos & Molhados em show no Gigantinho em 1973

O álbum de estreia foi lançado em 1973, com temas poéticos, liberdade de expressão, o racismo e as guerras. O disco vendeu mais de 1 milhão de cópias pelo país, um sucesso enorme! Também pudera, aqui nesta obra encontramos a quantidade de maiores clássicos da banda como "Sangue Latino", o já citado "O Vira", e "Rosa de Hiroshima", aqui fazem menção ao poeta Vinícius de Moraes. Como críticas a ditadura militar estava nas canções "Primavera nos Dentes", "O Patrão Nosso de Cada Dia" (aqui o capitalismo está na batuta) e o rock progressivo "Assim Assado" que remete a um blues a la Jimmy Hendrix com uma pegada latina, como em "Mulher Barriguda", que lembra os clássicos de Chuck Berry e Jerry Lee Lewis. Já "Amor" nos brinda com um baixo poderoso e "Prece Cósmica" apresentava uma inquietação sonora. O disco finaliza com "Fala" com toda a ponta de rock progressivo e blues. E as letras? Pura poesia de bar e de luxo ao mesmo tempo! Tudo isso pode parecer, aqui na leitura uma bagunça sonora, mas o som é genial que floresce nos ouvidos do público, com o uso de flauta em várias canções.

O total do álbum tem apenas 31 minutos de canções, que apesar de pouco tempo tem uma riqueza musical, poética e sonora exuberante, onde pode até se ver formas e cores (olha aí os anos 70)! A complexidade dos arranjos, os timbres multicoloridos e a liberdade criativa criaram uma obra de arte. Hoje o grupo ainda existe, apenas com João Ricardo da formação clássica e o talentoso Ney Matogrosso segue em sua carreira de solo de sucesso até os dias de hoje! A fase do auge se foi, mas a marca da banda foi fincada para sempre na música brasileira! Ouça o disco todo e se deleite:









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