terça-feira, 14 de novembro de 2017

REVOLUÇÃO RUSSA - 1917


Neste ano de 2017, A REVOLUÇÃO RUSSA, completa exatos 100 anos, sendo exatamente no dia 25 de outubro de 1917, começava a insurreição soviética. A construção do Estado soviético pelos membros do partido bolchevique resultou em uma mudança das formas de desenvolvimento econômico não só para a Rússia, mas para o mundo como um todo.

Diferente da sociedade Ocidental que tinha como base a indústria dentro da propriedade privada baseada nas ações da burguesia, a sociedade russa tinha como centro de seus alicerces o próprio Estado. Desta forma, o Estado soviético passou a ser o detentor da propriedade dos meios de produção, formando uma ditadura diferente de qualquer outro lugar no mundo, onde os membros do partido bolchevique e administradores das empresas controlavam tudo.

Mas por que ocorreu A REVOLUÇÃO RUSSA?

O objetivo era tirar do poder o Czar Nicolau II e tentar estabelecer uma república popular, de cunho liberal. Antes, a população sofria muito, pois tudo era concentrado nos centros urbanos, onde os trabalhadores era submetidos entre 12 e 16 horas de trabalho diário. Além disso, recebiam pouca alimentação, adquiriram muitas doenças, trabalhando em locais imundos sem nenhuma condição de higiene. Esta situação fez crescer as ideias socialistas. Então, o Czar abdicou de seu trono a força, dando o poder a um governo provisório, que tinha no comando o príncipe Georgy Lvov. Mas o governo provisório não agradou a população. Na madrugada do dia 25 de outubro os bolcheviques, que tinha como líder Lênin, Zinoviev e Radeck, seguidos por socialistas revolucionários e elementos anarquistas, seguiram até a sede do Governo Provisório e o invadiram. Se instalava o Socialismo!

CONSEQUÊNCIAS

Os Bolcheviques impuseram o governo socialista soviético. Ao assumir, Lênin retirou o país da Primeira Guerra Mundial, e criou o Partido Comunista.  Ele também implantou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, URSS, que tornou-se uma das maiores potências econômicas e militares do globo, até sua queda no fim dos anos 80! A democracia que foi prometida durante a revolução não ocorreu pois o Partido Comunista reprimia toda e qualquer manifestação que era considerada contra os princípios socialistas. O regime durou quase 70 anos!


                                  




terça-feira, 3 de outubro de 2017

CAPITÃO FURACÃO E SEUS GRUMETES - PROGRAMA DE TV (1965)



Em 1965, nos primórdios da Rede Globo, em suas tardes a partir das 17hs, quando as crianças voltavam da escola, o Capitão Furacão entrava navegando pela TV. Ao vivo, durante duas horas (naquela época não tinha novela das 6 ou 7), ele levantava as âncoras assumia o leme da programação infantil do canal! Sua vestimenta era mesmo de um capitão de navio, com quepe na cabeça, mãos no leme, jaqueta azul e longa barba branca. 

Cada programa era uma viagem embalada com histórias de marujos, acompanhada de conselhos aos novos marinheiros com desenhos animados e filmes curtos. A garotada que quisesse fazer parte da tripulação recebia uma carterinha de grumete. Para isso, bastava enviar para a produção do programa uma foto e o rótulo do produto de um dos patrocinadores que era a Confeitaria Gerbô ou as calças Furacão. Em um mês, mais de 3 mil grumetes cadastrados embarcaram no programa todas as tardes. 

O Capitão era interpretado pelo ator Pietro Mário que diz que se inspirou em um programa dos Estados Unidos chamado Capitain Canguru . O personagem seria, segundo Pietro, um velho lobo do mar aposentado que hoje gostaria de contar suas antigas aventuras às crianças. No segundo ano de viagem, o programa ganhou um imediato, a atriz Elizâmgela, que até hoje trabalha nas novelas. Ela era que auxiliava o capitão, como por exemplo encarregada de prestar homenagem aos aniversariantes do dia. 

O programa era líder de audiência no Rio de Janeiro, tanto é que ele tinha até uma assessoria da própria Marinha do Brasil, promovendo passeios com as crianças na baia de Guanabara e até mesmo visitas a um submarino de verdade. Além disto, tudo ainda incentivava as crianças a estudarem, e serem bons cidadãos, coisa que sumiram dos programas infantis atuais. Infelizmente, o programa saiu do ar em meados de 1970, quando foi superado em audiência pelo Clube do Capitão AZA, apresentado pelo já falecido Wilson Viana na extinta TV Tupi. 

Trecho do especial da TVE "Um Olhar Infantil" no início dos anos 90. Pietro Mario e Elisângela falam do programa Capitão Furacão.








domingo, 4 de junho de 2017

CANTANDO NA CHUVA - FILME (1952)


Nunca fui fã de musical, o gênero que explodiu nos anos 40 e 50, mas este filme em sua simplicidade conseguiu tornar os musicais em um fenômeno inesquecível do cinema! CANTANDO NA CHUVA de 1952, tornou um clássico! Interessante é que o filme em sua estreia não fez um grande sucesso, somente anos depois veio seu reconhecimento!

O filme é uma comédia musical, com piadas bem sutis mas engraçadas, com uma excelente trilha sonora e suas cenas de dança excepcionais. A sua trama também é interessante, pois conta a transição do cinema mudo para o cinema falado, e os atores tentando se adaptar a esta nova tecnologia, o que de tempos em tempos acontece na vida de qualquer um de nós! Como você acha que foi a transição da maquina de escrever para o computador? Mas vamos detalhar a história....

Um astro do cinema mudo, Don Lockwood (Gene Kelly) e sua parceira de filmes Lina Lamont (Jean Hagen), formam o casal das estrelas. Os dois são os maiores sucessos do cinema, onde não se usava o som ainda. Então chega o cinema com som, e os dois tem que se adaptar, ou seja começam a realizar filmes falados! Vários problemas surgem a partir daí, como por exemplo a dificuldade dos técnicos e sincronizar o som das falas dos personagens com as imagens da telas. O primeiro filme falado da dupla de astros, em uma Premiere é vaiado e ridicularizado pelos expectadores. Fadado ao fracasso, o amigo de Don, Cosmo (Donald O’Connor), tem a ideia de tornar o filme musical o que salvaria a reputação de Don como astro de cinema. Mas ai, sua parceira, Lina Lamont tem uma voz horrível, bem irritante o que impede dela cantar no filme. Solução? Usar uma dubladora para Lina. A dubladora é a atriz e dançarina Kathy Selden (Debbie Reynolds - a mãe de Carrie Fisher, a atriz que interpretou a Princesa Leia na saga Guerra nas Estrelas). Kathy tem uma excelente voz e sua nova estreia o filme é um sucesso. No final a chata Lina Lamont é desmascarada e o casal Don e Kathy vivem felizes para sempre. Aliás, a paixão de Don por Kathy é que a prenuncia para o ato de dança de Don que dar origem ao nome do filme e se tornou umas das cenas mais célebres e lembradas da história do cinema, quando o personagem de Kelly, Don, canta o música tema sobre uma chuva! A cena virou lenda! Veja abaixo:



O trio principal dos protagonistas eram Don Lockwood (Gene Kelly), Kathy Selden (Debbie Reynolds) e Cosmo (Donald O’Connor). Donald O’Connor está sensacional em seus números de dança, inclusive os solos. Suas performances tem a genialidade da dança e humor embutido. Donald ganhou o Globo de Ouro de Melhor ator Coadjuvante, totalmente merecido. Na minha opinião, as cenas de Donald são as melhores do filme. Em outra cena célebre do filme, os três dançam e cantam a música "Good Morning" onde reviram a mobília da casa. Reynolds não estava acostumado a dançar naquele ritmo e seus pés sangraram durante a atuação da cena. Veja ai...



Outra cena hilária é quando Don e Lina estão atuando em seu último filme mudo, e estão discutindo devido a um incidente na noite anterior envolvendo Kathy. A cena é engraçada por como no filme, seus personagens estão apaixonados, suas expressões são de amor, ternura e carinho, mas na realidade estão discutindo. Como a cena não tem som e nem falas, apenas imagem, fica muito engraçada! Outras cenas hilarias: início de carreira de Don e Cosmo; aula de dicção de Don e Cosmo.

Em uma época em que cinema ainda é muito mas teatral do que visual, o filme prima pela arte da dança em uma homenagem ao próprio cinema. E algumas curiosidades:


  • As músicas foram criadas antes do roteiro, com as músicas prontas, os roteiristas tiveram que montar uma história que “casasse” com as músicas que já haviam sido escritas.
  • A chuva que aparece no filme era uma mistura de água e leite, para que as gotas dessem “volume” e se destacassem durante a cena.
  • No roteiro original a famosa cena de Gene Kelly cantarolando na chuva não existia, após alguns ajustes ela foi incluída e tornou-se uma das cenas mais célebres de toda a história do cinema. 
  • Gene Kelly e Debbie Reynolds, não se deram muito bem durante as gravações, Gene chegou a maltratá-la pelo fato de Debbie não ser uma dançarina profissional, mas há males que vem para o bem: Fred Astaire acabou dando uma ajuda para Debbie. Anos depois a atriz disse que sobreviver a esse filme e dar a luz foram as coisas mais difíceis que ela fez na vida.
Gene Kelly co-dirigiu o filme com Stanley Donen, que mostra que além de ator, cantor e dançarino manda muito bem na direção, misturando na dose certa humor, romance, drama e música! Assista e esqueça La La Land...




quarta-feira, 24 de maio de 2017

SECOS & MOLHADOS (ÁLBUM - 1973)



A primeira banda de rock, como se fosse um grupo vocal? E isso existe? Secos & Molhados da década de 70 no Brasil se apresentava com figurinos e maquiagem extravagantes, até mesmo no rosto. O que gera uma especulação se a banda de rock americana Kiss copiou a ideia das mascaras pintadas no rosto da banda brasileira. Será? A formação clássica tínhamos João Ricardo (vocais, violão e harmônica), Ney Matogrosso (vocais) e Gérson Conrad (vocais e violão). E foi João que criou o nome da banda sozinho em 1970.

O som do grupo mistura MPB, danças, glam rock, folk, rock progressivo poesias e canções do folclore português, como em o "O Vira", aliados à críticas sobre a Ditadura Militar, tudo isso como base em um som de  rock pesado, até então inédito no Brasil! O som da banda fez a transição da bossa nova à Tropicália e depois o rock brasileiro, que estourou nos anos 80. um estilo que só floresceu expressivamente nos anos 80. O primeiro álbum, simplesmente chamado de SECOS & MOLHADOS é um clássico de toda a discografia brasileira, a começar pela capa (crítica a Ditadura Militar), onde o Titãs já homenagearam no vídeo Eu Não Aguento de 1995!

Secos & Molhados em show no Gigantinho em 1973

O álbum de estreia foi lançado em 1973, com temas poéticos, liberdade de expressão, o racismo e as guerras. O disco vendeu mais de 1 milhão de cópias pelo país, um sucesso enorme! Também pudera, aqui nesta obra encontramos a quantidade de maiores clássicos da banda como "Sangue Latino", o já citado "O Vira", e "Rosa de Hiroshima", aqui fazem menção ao poeta Vinícius de Moraes. Como críticas a ditadura militar estava nas canções "Primavera nos Dentes", "O Patrão Nosso de Cada Dia" (aqui o capitalismo está na batuta) e o rock progressivo "Assim Assado" que remete a um blues a la Jimmy Hendrix com uma pegada latina, como em "Mulher Barriguda", que lembra os clássicos de Chuck Berry e Jerry Lee Lewis. Já "Amor" nos brinda com um baixo poderoso e "Prece Cósmica" apresentava uma inquietação sonora. O disco finaliza com "Fala" com toda a ponta de rock progressivo e blues. E as letras? Pura poesia de bar e de luxo ao mesmo tempo! Tudo isso pode parecer, aqui na leitura uma bagunça sonora, mas o som é genial que floresce nos ouvidos do público, com o uso de flauta em várias canções.

O total do álbum tem apenas 31 minutos de canções, que apesar de pouco tempo tem uma riqueza musical, poética e sonora exuberante, onde pode até se ver formas e cores (olha aí os anos 70)! A complexidade dos arranjos, os timbres multicoloridos e a liberdade criativa criaram uma obra de arte. Hoje o grupo ainda existe, apenas com João Ricardo da formação clássica e o talentoso Ney Matogrosso segue em sua carreira de solo de sucesso até os dias de hoje! A fase do auge se foi, mas a marca da banda foi fincada para sempre na música brasileira! Ouça o disco todo e se deleite:









terça-feira, 16 de maio de 2017

TELECATCH - PROGRAMA DE TV (ANOS 60/7O)



Fortes, golpes espetaculares, fantasias espalhafatosas, encenação teatral, combate, circo, pancadarias coreografadas e muitos banhos e litros de sangue/groselha. Esta era a receita de uma boa luta: o famoso Telecatch, que nos anos 60 alcançou grande sucesso, criando vários heróis! As lutas foram criadas na extinta TV Excelsior do Rio de Janeiro, Canal 2, depois a TV Excelsior exibiu entre osanos de 1965 a 1966. Depois passou a ser chamado de Telecatch Montilla (TV Globo - 1967 a 1969), devido ao famoso Rum e depois chamado de Os Reis do Ringue, na TV Record, já nos anos 70.

Quando o programa estreou nos anos 60, os telespectadores realmente acreditavam que as lutas eram mesmo para valer, e o sangue de groselha era real! Existia até torcida para as figuras fantasiadas, sempre esperando que o mocinho vencesse o vilão! Sim, aqui tínhamos a famosa luta do bem contra o mal! O programa se encarregava de criar os mocinhos  e os vilões! Uns dos mocinho mais famosos era Ted Boy Marino, cujo nome verdadeiro era do italiano Mario Marino. Sua carreira começou na Argentina, em lutas sérias, mas depois foi convidado para participar do pastelão brasileiro. Aqui no Brasil, foi admirado por muitos e cobiçado pelas mulheres, virou galã! Seus grandes inimigos no ringue de araque eram Mongol e Aquiles. Ted Boy Marino, depois participou do programa "Os Adoráveis Trapalhões", o embrião dos Os Trapalhões, onde também estavam os cantores Wanderley Cardoso e Ivon Cury, e de Renato Aragão (Didi). Depois na Globo, Ted participou de vários programas, além do Telecatch, e já nos anos 80, Marino atuou como coadjuvante no programa Os Trapalhões, onde hoje é mais lembrado e quase sempre fazia o papel de vilão. Mas o grande herói do Telecatch brasileiro  faleceu no dia 27 de setembro de 2012, aos 72 anos de idade, vítima de uma parada cardíaca enquanto lhe era realizada uma cirurgia de emergência.

Ted Boy Marino

E os vilões? Não raramente, os vilões usavam de artifícios pouco honestos e os "juízes" pareciam fazer "vista grossa". Verdugo, uns dos maiores vilões do programa, sempre esfregava limão nos olhos do herói Ted Boy Marino. O Verdugo, cuja sua fantasia era parecida com o mestre dos sacrilégios, Mister M. A identidade de Verdugo jamais foi revelada, mesmo depois do programa ser extinto. Boatos afirmavam que por debaixo da máscara era o pacato Wilson Rosaline, que depois de se aposentar virou Papai Noel. Sua morte foi trágica, onde foi baleado em uma discussão. Em uma outra teoria da conspiração, diziam que vários atores vestiram a roupa do vilão, como um código total de silêncio, os lutadores nunca revelaram quem foi Verdugo. 

Verdugo em ação

Quase sempre, Ted Boy Marino começava apanhando! E muito! Nosso herói levava uma surra monumental e Ted só era salvo pelo gongo. Na confusão sobrava até para os juízes!  No segundo round, Ted Boy Marino voltava ao ringue revitalizado e com enorme sede de vingança, mas sempre com ar de moço bom. Ted aplicava o super golpe de voadora com os pés, depois de apelidado "tacle", e vencia  a luta. Outros golpes eram:

  • Tesoura Voadora: Saltava-se sobre o inimigo e com as pernas ainda no ar agarrava o pescoço para delírio do publico! 
  • Soco Inglês: Não era um golpe, mas uma empunhadura de ferro que fazia jorrar o sangue de groselha dos mocinhos. 
  • Rosca de Perna: Com o inimigo ainda no chão, torcia sua perna.
  • Caipirinha Humana: O já citado esfregar limão nos olhos! Crueldade pura!
  • Sufocamento: sufocava-se o adversário com as cordas do ringue! Podia-se usar uma variável, toalhas!


Esqueça os tais de MMA atuais, o sangue/suco de groselha era bem mais divertido!







quinta-feira, 11 de maio de 2017

VALE TUDO - NOVELA 1988



"Quem matou Odete Roitman?" - Esta foi a pergunta que o Brasil inteiro fez naquele fim de ano de 1988! Quem havia assassinado a megera Odete Roitman, a maior vilã da teledamartugia brasileira, interpretada por Beatriz Segall? O mistério do assassino durou 13 dias, virando para o ano de 1989, mas repercutiu em todo o país! Quer saber que matou? Spoiler (??) no final deste post!

Vale Tudo é uma telenovela, produzida pela Rede Globo, exibida no horário das 20h, sendo a 39ª "novela das oito" exibida pela emissora. Apesar de escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, aqui existe uma forte inspiração de Janete Clair, mas sem o tradicional final feliz, tradicional em novelas brasileiras! A trama tinha como base: até que ponto valia ser honesto no Brasil. O cinismo dos personagens Maria de Fátima (Glória Pires) e César (Carlos Alberto Ricelli), sempre em busca do dinheiro fácil conquistou os telespectadores! Apesar dos seus quase trinta anos de exibição, ainda continua atual este tema! A corrupção e a desonestidade (o famoso jeitinho brasileiro), não mudou nada com o passar das décadas, ou séculos! 

A história conta a trajetória de Raquel Accioli (Regina Duarte), que parte atrás da filha, a famigerada Maria de Fátima, que vendeu a casa da família sem avisar a ninguém indo para o Rio de Janeiro em busca de ganhar a vida, da maneira mais fácil. No Rio, ela conhece César Ribeiro, um garoto de programa. Fátima consegue emprego de modelo e vai morar com Solange Duprat (Lídia Brondi), usando a amiga para se aproximar do rico e filho de Odete, Afonso Roitman (Cássio Gabus Mendes), com a ajuda de César, para se casar com ele. Desprezada pela filha e humilhada por Odete, Raquel passa a ganhar a vida vendendo sanduíches na praia, de maneira honesta, vira dona de uma rede de restaurantes. O par romântico de Raquel é Ivan Meireles (Antônio Fagundes), porém durante a novela, por influência de Odete, ele acaba se casando com sua filha, a alcoólatra Heleninha Roitman (Renata Sorrah). O casal passa por vários perrengues, até ficarem juntos, mas o final de  Vale Tudo não foi convencional! O vilões da história se deram bem, não houve castigos, apesar da morte de Odete (spoiler no final!), como Marco Aurélio (Reginaldo Faria), braço direito de Odete, onde aplicou um golpe financeiro e fugiu do país cheio de mala de dinheiro, em um jatinho, totalmente impune. Na sua cena final, Marco Aurélio olha para câmera, encarando o telespectador, e com um sorriso cínico, deu uma banana para o Brasil! Olha a cena abaixo:


"Aqui para você!"


Paralelo a isso, outros temas polêmicos foram abordados:
  • A pintora Heleninha Roitman, luta contra o alcoolismo e conhece o amor com William (Dennis Carvalho), que a encaminha aos Alcoólicos Anônimos para livrar-se do vício. Na época, o nome da personagem virou referência para quem bebia demais! Alias, o alcoolismo de Heleninha é culpa da mãe, que a acusou injustamente da morte do irmão! Eita megera!
  • Bartolomeu (Cláudio Corrêa e Castro), pai de Ivan, fica desempregado, e tem dificuldade em arranjar emprego por não saber utilizar computador. Final e inicio de novos tempos!
  • A irmã de Marco Aurélio, Cecília (Lala Deheinzelin) tem um caso com outra mulher. Homossexualidade na TV! Mas devido a audiência conservadora da Globo, ela teve que ser morta.
  • Tiago (Fábio Villa Verde), o filho de Marco Aurélio, é tímido, virgem, não tem namorada e seu pai desconfia de que seja homossexual, pois ele fica ouvindo música clássica com seu amigo André (Marcello Novaes) no quarto. De novo a homossexualidade, mas aqui com tom de preconceito.
  • Para ter o apoio de Odete para se casar com Afonso, Fátima faz de tudo para separar a mãe Raquel de Ivan. Ela casa com Afonso, mas engravida de César e tenta, ainda grávida, ter um aborto. Fátima se joga de uma escada do Teatro Municipal para tentar matar o bebê! Depois de nascido, ela tenta vender o próprio filho. No final da novela, ela tem um casamento arranjado com um estrangeiro rico e gay, escondendo o verdadeiro amor do estrangeiro, César!

Mas voltando.... "Quem matou Odete Roitman?". Não pense que foi devido as suas maldades, e o motivo do assassinato foi por uma vingança! A morte de Odete foi puro azar da mesma de estar no local e hora errado. Seu assassino foi Leila (Cássia Kiss), mulher de Marco Aurélio, que atirou mortalmente em Odete pensando que era Maria de Fátima, já que Leila desconfiava que Fátima era amante do seu marido. E ela era mesmo! Colegas, ninguém segura uma mulher magoada! Leila, para não se incriminada, Leila foge do país com Marco Aurélio, onde protagonizou a cena da banana! Veja a cena do azar de Odete:


Vale Tudo marcou uma época, ainda da ressaca da ditadura militar, o Brasil pode ver como ele era, como dizia a canção de abertura de Cazuza cantada por Gal Costa - mostra tua cara - e o politicamente correto ainda não tinha virilizado nas novelas brasileiras como as atuais. Podemos ver e sentir que ser honesto no Brasil não era um bom negócio. A corrupção, sempre presente em nossas veias, foi escrachada de forma explicita sem pudor. Apesar do trocadilho, foi a ultima novela honesta da golpista Rede Globo!






segunda-feira, 8 de maio de 2017

BELCHIOR - ALUCINAÇÃO (ALBÚM - 1976)


Belchior, esse sim, um artista pra o povo cearense ter orgulho! E em sua carreira, gravou este clássico dos difíceis  anos 70: Alucinação! Este é o segundo álbum de estúdio do cantor e compositor, lançado em 1976 pela Polygram, hoje atual Universal Music. Nesta obra prima, encontramos grandes do cantor que marcaram toda a sua carreira, como "Apenas um Rapaz Latino-Americano", "Como Nossos Pais" e "Velha Roupa Colorida". O álbum vendeu mais 30 mil cópias no período de um mês. Estima-se que o álbum chegou a mais de 500 mil cópias! Já em seu segundo trabalho, Belchior  chegou ao estrelato! Belchior disse: "Viver é mais importante que pensar sobre a vida. É uma forma de delírio absoluto, entende?" tentando explicar o título.

Belchior saiu de Sobral, no Ceará, em 1965, com sua voz rouca. Tinha influências dos Beatles e Bob Dylan, com toques da Tropicália e dos ritmos nordestinos e de sua terra natal. Participou do movimento Pessoal do Ceará, onde também seus conterrâneos, Fagner, Rodger e Ednardo, participaram. Em 1971, se mudou para o Rio de Janeiro, onde venceu o IV Festival Universitário da MPB, com a canção "Na Hora do Almoço", e em seguida estreou como cantor em disco em um compacto. Depois, em São Paulo, trabalhou em trilhas sonoras para  filmes de curta metragem. E foi com o álbum Alucinação, considerado por vários críticos musicais como o mais revolucionário da história da MPB. Não é para pouco, não!!

No álbum, Belchior canta  para uma juventude que vivia na repressão da ditadura do regime militar. A rebeldia também estava presente. As letras são longas, como em "Apenas um Rapaz Latino-Americano", sendo uma quase biografia do cantor de como ele chegou a cidade grande, acentuado em “Fotografia 3×4″! Ainda em “Fotografia 3×4″, ouvimos as dificuldades dos nordestinos que chegam nas cidades do sul do país! Outras canções ainda falam da rebeldia dentro de uma terra de governo repressor, mas com um tom de esperança dentro de todas as dificuldades daquele período. “Velha Roupa Colorida” e “Como nossos pais” falam sobre isso! A canção título conta uma rotina e da solidão das pessoas na cidade grande! Em “À Palo Seco”, a mente desconcerta com a realidade, e em “Como o Diabo Gosta” somos convocados a lutar contra a conduta militar! Belchior fala da solidão e nos chamava para a guerra, mas de uma forma sutil! Grande álbum!! Mas essa é a minha opinião, ouça o álbum, se emocione e tire suas conclusões!



Infelizmente, Belchior faleceu em 30 de abril de 2017 de forma reclusa e isolada como algumas de suas canções! E como todo gênio que morre, sua obra foi redescoberta e valorizada! Depois que ele se foi, muitos perceberam a força de sua canções! Antes tarde do que nunca! Belchior para sempre! Um bom título para uma canção....




segunda-feira, 1 de maio de 2017

MERLIN - Brinquedo (1981)


Olhando a foto acima parece um celular de brinquedo, mas não é! O Merlin foi um brinquedo fabricado no Brasil pela Estrela, sob licença da empresa Parker Brothers. Tratava-se de um painel com botões vermelhos com o formato de um telefone sem fio, que era uma espécie de mini computador contendo seis jogos, cada contendo nove níveis de dificuldade. Pode se considera-lo o avô do Genius! Só que o Merlin era bem mais difícil de jogar! A molecada na época, quando enjoava dos jogos, brincava com ele como se fosse um telefone. E ainda consumia 6 pilhas pequenas!

Ele funcionava mais ou menos do mesmo jeito que o Genius, com várias combinações que precisavam ser seguidas pelo jogador. Apresentava seis jogos (sem contar brincar de telefone):

  • Jogo da velha
  • Máquina musical
  • Eco
  • Faça 13 (semelhante ao 21 e sete e meio)
  • Quadrado mágico: onde usar a lógica para montar o quadrado. Muita gente não tinha paciência apertava sem parar todos os botões até o Quadrado aparecer!
  • Código Secreto: o objetivo era descobrir um número com vários dígitos, a cada tentativa era informado quantos dígitos estavam corretos e nas posição corretas e quantos estavam corretos mas na posições incorretas.

O brinquedo não foi um grande sucesso de vendas, o que o fez se tornar um brinquedo bem raro hoje em dia e atingir preços mais altos do que o Genius entre os colecionadores.




domingo, 9 de abril de 2017

GULOSEIMAS - PARTE 02

Resultado de imagem para guloseimas anos 80


Já tirou aquele açúcar dos dentes desde a primeira postagem sobre as guloseimas dos anos 80? Pois para desespero dos dentistas vamos a segunda parte! A era das crianças imortais continua...

DIPN´LIK
Esse era delicioso e viciante! O pirulito vinha dentro de um saquinho com um pó colorido com os sabores uva, laranja e cereja. Você abria o saquinho, pegava o pirulito e o melava no pó! Depois era só levar até as pastilhas gustativas! Humm...Se comesse muito rápido a boca ficava manchada com o pó! Tinha moleque que apenas comia o pó! Na época surgiu um boato que essa guloseima dava câncer! Mas quem se importava...


PIROCÓPTERO
Este vinha com um brinquedo! O pirulito tinha com haste uma hélice de plástico, onde ele se encaixava. Para fazer voar era simples: bastava esfregar as mãos para o Pirocóptero voar! Mas antes, tinha que chupar o pirulito!



CHUCOLA
Este misturava drops e Coca-Cola. Aqui ou você gosta ou odeia! Mas o sabor era de Coca-Cola era real o imitação? Ninguém sabia ao certo! A embalagem tentava imitar o rotulo do refrigerante!


PASTILHAS GAROTO
Este existe até hoje, e com o mesmo sabor! Não mudou nada em décadas! Era retangular com sabor de menta, mas também podia ser encontrada nos formatos arredondadas e achatadas, num pacotinho cilíndrico, com outros sabores!


CHOCOLATE SURPRESA
Uns dos mais lembrados! Foi lançado em 1983, com um sabor de chocolate ao leite. Aqui, tínhamos um desenho em alto relevo de algum animal no próprio chocolate, além de vim com cartões coloridos para colecionar com a foto do animal e atrás as infirmações sobre ele! Sabor com conhecimento! Virou até álbum de figurinhas!  


Agora é marcar um consulta ao dentista...

quarta-feira, 5 de abril de 2017

APERTEM OS CINTOS...O PILOTO SUMIU! - FILME (1980)


Uns dos filmes mais engraçados de todos os tempos! Aqui você pode sentar na poltrona e preparar a garganta para rir muito! Apertem os Cintos... o Piloto Sumiu! (Airplane) é um filme que inovou na comédia devido seu humor "nonsense" (ou "besteirol" no Brasil), em que tudo pode acontecer a qualquer momento sem se preocupar com a lógica biológica, física ou moral, onde o lado escrachado prevalece. Veja só: Uma velhinha se suicida e ninguém faz nada! Uma mulher é espancada pelo simples motivo de esta nervosa! Crianças promíscuas sexualmente! O nariz do médico cresce quando ele mente! Capitão do avião, que não consegue esconder suas tendências pedófilas! Os bons costumes aqui não tem vez! Muito divertido! A série do cinema Todo Mundo em Pânico e "Não é Mais um Besteirol Americano", se inspiram aqui!

O filme é conhecido (como o próprio nome diz) como uma paródia da série do cinema Aeroporto! Mas na realidade, é uma  paródia de outro filme: Zero Hour! ("Entre a Vida e a Morte", no Brasil) produzido em 1957! Assim, o enredo deste filme é exatamente igual ao do Apertem os Cintos... o Piloto Sumiu! (Airplane)! A mesma situação, os mesmos nomes dos atores principais, o mesmo tom dramático, ou seja, igualzinho mesmo! Zero Hour! apresenta personagens onde os atores exageram em suas atuações e citações o que deixa o filme com tom de comédia, apesar de ter sido produzido para ser sério! Apertem os Cintos... o Piloto Sumiu! (Airplane)! apresenta exatamente esse tom em nível mais elevado e explícito! Genial! O filme é uma mistura dos dois e de tantos outros filmes.


Na história de Apertem os Cintos... o Piloto Sumiu! (Airplane) ou Zero Hour, Ted Striker, um ex-piloto combatente de uma guerra não nomeada, tornou-se traumatizado e tinha medo de voar. Elaine, a aeromoça é a paixão de Striker, onde ele tenta reconquista-la a todo custo, até mesmo embarcando em vôo com ela.  Após o jantar os passageiros e pilotos adoecem,  assim o avião fica a deriva. Elaine ativa o auto-piloto do avião, na verdade , um grande boneco inflável chamado "Otto", que é bem tarado. Elaine percebe que Striker, é o único capaz de pousar o avião. Em toda esta situação é que se desenrola as esquetes do filme. 

Outros filmes, além de Aeroporto e Zero Hour, são satirizados durante a exibição do filme. Como por exemplo, a  dança de John Travolta de "Os Embalos de Sábado à Noite", a cena de "A um Passo da Eternidade" do casal se beijando na praia e "Tubarão", onde a cauda do avião imita barbatana do peixe. Mas, diferente da série "Todo Mundo em Pânico" ou "Não é Mais um Besteirol Americano", aqui você não precisa conhecer todos os filmes satirizados apresentados no filme. Basta relaxar que o riso chega fácil. No inicio do filme, vimos as diversas gags das mais diversas, como por exemplo em uma banca de revista que aparece uma placa que diz "Whacking Material", que na tradução significa Material para Punheteiros! As piadas aqui aparecem o tempo todo! Piscou o olho, perdeu uma! Isso é até legal, por que podemos rever o filme diversas vezes e sempre encontrar uma piada nova!


Filmado em poucos dias, menos de um mês, no final de 1979, Apertem os Cintos... o Piloto Sumiu! (Airplane) custou 3,5 milhões de dólares e arrecadou mais de 80 milhões nas bilheterias só na América do Norte. No resto mundo, sucesso também! Saudades destas comédias....

Veja a seguir alguns personagens:
  • O capitão do avião é  Clarence Oveur (Peter Graves), que é pedófilo e fica animado quando entra na cabine um garotinho sorridente.  Ele pergunta para o garoto: "Joey, você já viu um homem adulto pelado?", ou "Você gosta de filmes de gladiadores?". O sobrenome do capitão, Oveur tem a mesma pronúncia de "over", ou "câmbio";  a expressão usada em comunicações via rádio, que significa "entendido". Oveur, se confunde com a palavra Câmbio em inglês, o que confunde a torre do aeroporto.
  • O co-piloto chama-se Roger Murdock, interpretado pelo astro do basquete da época Kareem Abdul-Jabbar. Logo descobrimos que o personagem é o próprio Kareem fazendo-se passar por piloto de avião, numa divertida brincadeira de metalinguagem! Em "Zero Hour!", quem interpretou o piloto do avião foi Elroy "Crazylegs" Hirsch, um famoso jogador de futebol americano.
  • O controlador de voo Johnny, meio afeminado que passa o filme soltando piadas. Em um momento, Johnny desliga as luzes da pista de pouso no momento mais tenso da aterrissagem, e diz: "Brincadeirinha!"
  • Uma dupla de negros  que só se comunica usando gírias incompreensíveis o que só uma senhora consegue entender! Ela conversando com a dupla é hilária! 
  • Uma freira cantora que toca folk! Ela é interpretada pela cantora da vida real Maureen McGovern. Maureen cantou canções de filmes catástrofes, "O Destino do Poseidon" (1972) e "Inferno na Torre" (1974). Até mesmo a canção romântica de SUPERMAN - O FILME (1978)
  • Hare-krishnas vestidos a rigor que passam o filme pedindo doações até irritar um comandante, até levarem uma surra.
  • Um médico (Leslie Nielsen!!!) que o nariz cresce quando mente.
  • Ted Striker, o piloto traumatizado de guerra, que também tem um problema com a bebida, onde toda vez que vai tentar beber qualquer coisa, erra a boca e joga o copo no próprio rosto!
  • O controlador de voo Steve McCroskey (Lloyd Bridges) que do meio para o fim passar a usar todo tipo de droga!  

 
A cena mais engraçada do filme!

segunda-feira, 3 de abril de 2017

ALÉM DA IMAGINAÇÃO - Série (1959)



Conhece aquela frase: "Quem conta um conto..."? Pois é, em 1959 chegava a TV americana um série que se baseava nesta frase, era a Zona do Crepúsculo, ou como ficou conhecida no Brasil, ALÉM DA IMAGINAÇÃO! A série em preto e branco se tornou um clássico, onde foi a primeira a não ter um elenco fixo, mas apenas um apresentador, e suas histórias eram individuais. 

Produzida e apresentada pelo mago Rod Serling e dirigida por Stuart Rosenberg, apresentava histórias de ficção científica, suspense, fantasia e terror. Eram histórias inexplicáveis, tais como viagens no tempo, mundos paralelos, viagens espaciais, alienígenas, fantasmas, vampiros e outras situações misteriosas, onde o apesentador afirmava que tudo se passava em uma zona fora de nossa realidade. Você até poderia pensar que a série era cheia de efeitos especiais, mas não! Até tinha maquiagens e algumas cenas mais elaboradas, mas a maioria dos episódios era baseada exclusivamente no enredo, sem a necessidade de efeitos especiais, mesmo com o apelo fantástico. E além disso, a série também contou com vários autores de renome como Charles Beaumont, Richard Matheson, Jerry Sohl, George Clayton Johnson, Earl Hamner, Jr., Reginald Rose, Harlan Ellison e Ray Bradbury. Muitos episódios foram adaptados de histórias clássicas de escritores como Ambrose Bierce, Lewis Padgett, Jerome Bixby e Damon Knight.

A frase de abertura, entrou para a historia da TV. O primeiro episódio, chamado de "Onde estão todos?", dava o tom do programa, sempre colocando o cidadão comum numa situação aparentemente fácil de ser resolvida, mas com sempre com final estranho e surpreendente. O diretor M. Night Shyamalan deve ter ser inspirado na série para realizar seus filmes. Neste episódio, "Onde estão todos?", um astronauta volta a Terra e descobre que não existe mais ninguém no planeta. Aos poucos, ele começa a imaginar que seja o ultimo homem da Terra e começa a enlouquecer.

Outra história, chamada de “Viagem no tempo”, um homem chamado Peter Jenson (William Bendix) que visita um psicanalista, o Dr. Gillespie (Martin Balsam), Ele se queixa de um sonho recorrente no qual ele imagina acordar em Honolulu um pouco antes do ataque japonês a Pearl Harbor. O doutor conclui que são apenas sonhos, mas na verdadesão viagens no tempo.  Durante o seu sonho, aproveitando-se da situação, ele aposta em todos os cavalos e times vencedores e, eventualmente, tenta, sem sucesso, avisar os jornais, os militares, que os japoneses estão planejando um ataque surpresa a Pearl Harbor. O sonho de Jenson sempre termina como os bombardeiros japoneses sobrevoando na manhã de 07 de dezembro, levando-o a gritar "Eu te disse! Por que não ninguém me ouve?", e Jenson finalmente revela a Dr. Gillespie que ele realmente estava em Honolulu em 07 de dezembro de 1941. Enquanto está no sofá, Jenson adormece novamente, só que desta vez, os aviões japoneses que sobrevoam atiram para dentro das janelas de seu quarto e ele é morto. Quando a câmera mostra o consultório médico, o sofá em que Jenson estava deitado, agora está vazio, e Dr. Gillespie olha em volta, confuso. Ele olha em sua agenda e descobre que na verdade não tinha compromissos agendados para este dia. Gillespie vai a um bar e encontra a foto de Jenson na parede. O garçom lhe diz que Jenson atendia aquele bar, mas foi morto em Pearl Harbor. UAU!! Agora voce sabe onde Steven Spielberg também se inspirou!

Rod Serling, muitas vezes pisa no meio da ação e os personagens permanecem aparentemente alheios a ele, mas em uma ocasião notável, eles estão cientes que ele está lá: No episódio "Um mundo próprio", um escritor com o poder de alterar os objetos de sua realidade para a narração, rapidamente apaga Serling do show. Serling, literalmente fazia parte daquela zona em uma outra realidade! 

Além da imaginação original possui 5 temporadas e 156 episódios, enquanto que na década de 1980 foi lançada, ainda pela pela CBS O Novo Além da imaginação, com 3 temporadas. Um filme nos cinemas foi lançado, o "Twilight Zone: The Movie", conhecido no Brasil por "No Limite da Realidade" que causou polêmica pela morte de um dos atores no set de filmagem. O filme era uma homenagem de John Landis, Steven Spielberg, Joe Dante, e George Miller para a série original. Nele temos três episódios clássicos da série original, e inclui uma nova história. John Landis dirige o prólogo e o 1º segmento, Steven Spielberg dirige o 2º, Joe Dante o 3º, e George Miller dirige o segmento final. A série original contém 156 episódios. As temporadas 1, 2, 3, 5 têm episódios de meia hora, e a quarta temporada, de 1962 a 1963, tem episódios de 1 hora.


08 episódios de Além da Imaginação Imperdíveis

1) Escape Clause
Walter Bedeker (David Wayne) é um homem egocêntrico e hipocondríaco que vive para seu medo de morrer. Sua vida é ficar deitado na cama, mandando e desmandando na esposa, maltratando médicos e reclamando dos sintomas de doenças imaginárias. Tudo muda quando ele conhece o sr. Cadwallader (Thomas Gomez) que lhe oferece, em troca da alma, um contrato de imortalidade. Nele, consta uma cláusula de escape, caso Bedeker não tolere a monotonia de viver para sempre. Inconsequente, o excêntrico imortal ultrapassa todos os limites éticos, morais e sociais na sua descoberta pela vida que nunca teve coragem de viver, mas paga um preço caro por sua ambição e anseios.


2) Number 12 Looks Just Like You
Em uma sociedade futurista, após os 18 anos, todos devem passar por um processo chamado “A Transformação”, que consiste em escolher uma dos corpos pré moldados para substituir o de nascença. Marilyn Cuberle (Suzy Parker) está prestes a passar pelo procedimento, mas não o aceita. Não admite que ser roboticamente igual a todos seja a única forma de viver em sociedade e que o padrão imposto seja a única forma aceita de beleza. A jovem reage como pode, contra amigos e família, para sustentar sua personalidade. Mas nada disso importa em um mundo como o dela. Importa em um mundo como o nosso? 


3) It’s a Good Life
 Anthony Freemont (Bill Mumy) é um menino de 6 anos de idade, que vive em uma cidadezinha bem isolada em Ohio. Rodeado de amigos da família e de seus pais, o mundo gira em torno de suas vontades e carências, porque por trás de sua aparente teimosia, existem poderes sobrenaturais que regem tudo e todos. Todos endurecidos, emudecidos e ensurdecidos pela fala e os desmandos de um menino que tem o mundo nas mãos. Vítimas do medo, do que pode acontecer quando se desafia o poder.


4) Walking Distance
Martin Sloan (Gig Young) é um executivo que vive do trabalho. E para o trabalho. A caminho de mais uma de suas viagens, para em um posto de gasolina próximo à sua cidade natal. Curioso para ver como estão as coisas, anda até a sua cidadezinha e se depara com o passado, ao se reconhecer em um menino no carrossel. Esse estranho reencontro com sua versão jovem e inocente traz importantes reflexões e memórias que Sloan havia abandonado tempos atrás.


 5) The Shelter
Aqui fala do medo nuclear tão comum nos anos 50! Bill Stockton (Larry Gates) vive confortavelmente em um subúrbio americano, tem amigos, uma família que ama e um abrigo antibombas, com comida estocada e espaço restrito para ele, mulher e filhos. Durante a comemoração de seu aniversário, seus medos se tornam realidade quando é acionado um alarme avisando que um ataque nuclear está prestes a acontecer. Apavorado, se esconde em seu refúgio, até então seguro, mas passa a ser atacado pelos vizinhos, que também necessitam de proteção. Stockton, um homem bom, proeminente na sociedade, vê sua vida ameaçada pela mão de seus próprios amigos, movidos pela histeria coletiva, cegos de pavor e desprovidos de empatia. É uma forte crítica de Serling sobre os mitos que rondavam a Guerra Fria e boatos que apavoravam o povo americano.


6) People are Alike All Over
Sam Conrad (Roddy McDowall) e Warren Marcusson (Paul Comi) são dois astronautas rumo à Marte. Na chegada ao planeta vermelho, eles sofrem um acidente e Marcusson morre, deixando Conrad sozinho. Ouvindo barulhos próximos à nave e lutando contra seus medos, o sobrevivente resolve sair pra ver qual é a do planeta e se depara com diversos humanoides olhando, espantados, para ele. Hospitaleiros, os marcianos reproduzem o design de uma casa terrestre para o visitante morar, até que o astronauta consiga consertar sua nave. Conrad se sente confortável no planeta, até descobrir as reais intenções dos anfitriões.


7) Eye of the Beholder/Private World of Darkness
Janet Tyler (Maxine Stuart), uma mulher que já passou por 11 cirurgias plásticas para se adequar a um mundo que não aceita pessoas feias. Vista como anormal pela sociedade, ouvimos isso da boca dos médicos e enfermeiras, essa é a última tentativa de embelezamento autorizada pelo governo. Se não funcionar, ela será afastada em uma espécie de quarentena eterna para pessoas que, como ela, também são – fisicamente – inadequadas. Vemos Janet angustiada, com bandagens no rosto, assustada com o destino que a aguarda, sendo amparada pelos funcionários do hospital que se compadecem. 


8) The Monsters are Due on Maple Street
Outro episódio bastante crítico sobre o período da Guerra Fria, mostra uma bela rua do subúrbio americano – Maple Street – com pessoas alegres e crianças brincando. A realização do sonho americano. O terror começa quando uma sombra, seguida por um barulho, passa pela vizinhança e eles reparam que não há energia elétrica, que as máquinas, carros, telefones param de funcionar e cada vez mais fenômenos estranhos começam a acontecer. O pânico se instala e alguns homens se reúnem para ver se há algo de errado nas ruas próximas. Tommy (Jan Handzlik), uma das crianças, pede que eles fiquem, dizendo que já viu algo parecido em uma de suas revisas em quadrinho. Na história, uma família de alienígenas se instala em uma cidade, disfarçados de humanos, para estudar o comportamento humano e dominar o planeta.




sábado, 1 de abril de 2017

U2 - THE JOSHUA TREE (1987)



Este é o meu disco preferido do U2! O de cabeceira! Uma obra prima que vendeu cerca de 15 milhões de cópias em todo o planeta. Definitivamente veio a consagrar a banda, derrubando a última barreira para que o U2 se transformasse em um sucesso. Joshua Tree fez a banda emplacar o primeiro lugar pela terceira vez consecutiva na Inglaterra e no mercado americano chegou ao lugar mais alto também, fato inédito para os irlandeses. Além disso, ganhou o Grammy por melhor álbum no ano de 1987. O sucesso foi tão grande que eles foram a quarta banda a ter direito a uma capa da revista Time americana, as outras três tinham sido os Beatles, The Band e The Who. O U2 era a banda da década. Produzido novamente por Brian Eno e Daniel Lanois, Joshua Tree apresentava as influências que a banda tinha da América, como o rock, folk e o blues. O nome é sobre uma vegetação que cresce no deserto da Califórnia. A incorporação da banda pela América estava apenas começando.

Foi um disco mais maduro do que "Boy" e “Octuber” trazendo a banda mais a vontade. O estrondoso baixo de Adam a bateria milimétrica de Larry, a guitarra autêntica de Edge e a voz maravilhosa de Bono. “The Unforgetable Fire” era o “rascunho” e “Joshua Tree” é a “obra de arte”. 



O disco tem vários hits, muito deles tocados ate hoje nos shows. A balada "With Or Without You", a gospel "I Still Haven't Found What I'm Looking For" e a linda “Where Street´s Have No name” todas sobre temas de fé, romantismo e falta de esperança. “Where Street´s Have No name”, foi escrita por Bono quando ele esteve na Etiópia com sua esposa como voluntário. “Bullet the Blue Sky” é uma pedrada no imperialismo americano, criticando a intervenção norte-americana no país de El Salvador. "Mothers Of The Disappeared" é sobre as mães da Praça de Maio, da Argentina. É um grupo de mulheres que lutava para saber o que ocorreu com seus filhos desaparecidos durante a ditadura militar no país. Num show da Pop Mart, a banda chamou essas mães no palco, enquanto executava a música. “In God´s Country” e “One Tree Hill” exaltam a América. A faixa “Exit” gerou uma polêmica. Um rapaz matou a namorada influenciada pela musica. Realmente essa musica é muito hipnótica. "Running Stand Still" é sobre drogas. Até mesmo as musicas menos conhecidas do álbum conquistaram os fãs.

Neste ano de 2017, a banda preparou uma turnê em comemoração aos 30 anos de lançamento do álbum em algumas partes do mundo! A THE JOSHUA TREE TOUR 2017 que infelizmente não vai passar pelo Brasil! Foi com este álbum que eu definitivamente me apeguei a banda. Hoje posso dizer: o U2 faz parte da minha vida. #U2TheJoshuaTree2017




U2 - THE JOSHUA TREE
Ano de Lançamento: 1987 
Produção: Daniel Lanois e Brian Eno

Faixas
  1. Where The Streets Have No Name 
  2.  I Still Haven´t Found What I´m Looking For 
  3. With Or Without You 
  4. Bullet The Blue Sky 
  5. Running To Stand Still
  6. Red Hill Mining TownIn God´s Country 
  7. In God´s Country
  8. Trip Through Your Wires 
  9. One Tree Hill 
  10. Exit 
  11. Mothers Of The Disappeared 



quarta-feira, 29 de março de 2017

GUARANÁ TAÍ - 1982

Evolução do Guaraná Taí

Uma das bebidas que mais lembram da minha infância foi o Guaraná Taí. A primeira vez que provei, foi no domingo a tarde, dentro de um circo. O sabor era totalmente diferente (e mais saboroso) do que seu concorrente o ainda Guaraná Antarctica. Do mesmo jeito que apareceu, sumiu do mercado

Lançado em agosto de 1979, a marca foi utilizada para substituir a Fanta com sabor de Guaraná, e possuía um sabor muito parecido com o Guaraná Kuat, que também é produzido pela Coca-Cola. Apesar da predominância do Kuat na maior parte dos estados brasileiros, o Taí ainda é encontrado, sobretudo em Minas Gerais, Santa Catarina, Distrito Federal, Goiás. no sul do Rio de Janeiro e no interior e capital de São Paulo.

Cronologia
1950 – É criada a fórmula do Guaraná Taí.
1982 – É lançado o comercial intitulado “gostoso como um beijo”,
1995 – Lançada a versão Diet do Guaraná Taí.
1996 – O Guaraná Taí passa por uma reformulação em sua fórmula. É lançada, também uma lata em edição especial regional para a festa de Parintins.

Se encontrar em sua região, não deixe de provar!