quarta-feira, 29 de maio de 2019

BAMBALALÃO - PROGRAMA DE TV (1977-1990)



Qual o conceito básico e simples de um programa infantil? A resposta é Bambalalão!! Um  programa infantil de TV com um cenário similar a um circo, com palhaços, bonecos e com uma plateia apenas de crianças da pré-escola e do Ensino Fundamental I, entre cinco a 10 anos! As crianças eram tratadas como crianças.

O programa tinha competições, jogos, brincadeiras, mímica, canções infantis e uma contadora de histórias, a apresentadora Gigi Anhelli, que ficou no programa durante os 13 anos de exibição. Quando terminava de contar a história, no quadro “Quem Quiser Que Conte Outra”, Gigi encerrava com uma frase que marcou o programa: "Esta história entrou por uma porta e saiu pela outra. Quem souber, que conte outra!" Alguns personagens marcaram época, como o desastrado com trejeitos infantis, o palhaço Tic Tac, e o professor Parapopó, com seu paletó xadrez, óculos de plastico com um narigão e bigode. Os bonecos eram Maria Balinha, João Balão, Macaco Chiquinho, Macaca Chiquinha, Sapo Agapito e Boninho, com a premissa que eles falassem da realidade da criança. Mais o boneco mais engraçado era um leão galanteador e um tanto cafajeste e safado chamado de Bambaleão, que não perdia a oportunidade de cantar as apresentadoras! E isso num programa infantil! Tempos que não existia a chatice do politicamente correto. 

Além da apresentadora Gigi Anhelli, outra que se destacou foi Silvana Teixeira. Silvana já trabalhava em outros programas da TV Cultura, como a Fábrica do Som, e em 1983 foi convidada para cobrir as férias da Gigi. A aceitação da criançada foi tanta, que mesmo depois da volta de Gigi, Silvana acabou ficando no programa. Em paralelo ao Bambalalão, Silvana comandou outras programas na TV Cultura, um deles foi o BambaLeão & Silvana, o mesmo leãozinho acima. Quem manipulava o leãozinho era o ator Chiquinho Brandão (1952-1991), que no Bambalalão deu vida também ao personagem Professor Parapopó e dublava o boneco João Balão. Hoje, Silvana se dedica a um hotelzinho para animais, e Gigi continua trabalhando com o público infantil realizando diversas apresentações teatrais. 

Bambalalão estreou em 1977, de inicio gravado e depois passou a ser transmitido ao vivo do Auditório Cultura em 1982. O programa ganhou o prêmio da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) de Melhor Programa Infantil nos anos de 1984, 1985, 1986 e 1987, além de Melhor Programa Infantil da TV em 1982. Deixou de ser exibido em 02 de julho de 1990 após 13 anos no ar. O programa foi reexibido no canal por assinatura TV Rá-Tim-Bum até 2010.

Reveja um pouco do programa no vídeo abaixo:



quinta-feira, 16 de maio de 2019

REVISTA ROLL (1983)




Em uma época sem internet, ouvi e conhecer as bandas de rock no Brasil é um trabalho quase impossível! Mesmo que naqueles primeiros anos, o rock brazuca já começava a despontar na grande mídia, e a culminar no primeiro Rock In Rio de 1985, as noticias sobre este gênero musical eram raridades! Nos anos 70 era pior, mesmo que tivéssemos grandes bandas brasileiras de rock, elas não chegavam ao grande público.

Foi aí que em setembro de 1983 chegava as bancas o primeiro número da REVISTA ROLL, é claro com seu conteúdo todo voltado ao mundo do rock. A inovação começava com o assunto principal da publicação, pois até então as revistas voltadas ao publico jovem que tratavam de música, abordavam temas como equipamentos de som e instrumentos musicais.  O interior da revista, em seus anos iniciais, era totalmente em preto e branco, somente com a capa colorida, e só depois de alguns anos ela se tornou totalmente colorida.

A REVISTA ROLL sempre abriu espaço para as bandas nacionais que começavam a tocar nas rádios naquela época, e claro falar das gringas também. Era um deleite para quem curtia rock, ainda mais que a revista era feita por gente que entendia do assunto e quase totalmente independente! Esse conhecimento musical de rock, era um diferencial em comparação ás outras revistas do gênero! Um dos seus colaboradores era um jovem jornalista chamado Paulo Ricardo Medeiros, que tirando o sobrenome, depois se tornaria o líder do R.P.M. 

No final da década de 80, a revista acabou por completo devido ao enorme sucesso de outra publicação de mesmo tema, a BIZZ, com um melhor acabamento e tinha a grande Editora Abril por trás. Mas a REVISTA ROLL marcou época. 

terça-feira, 14 de maio de 2019

CHISPITA - NOVELA (1984)



Chispita foi uma telenovela mexicana infantil exibida pelo SBT em 1984 com 172 capítulos, às 18h00. A história é uma adaptação da telenovela argentina Andrea Celeste, produzida em 1979. Não foi a primeira produção mexicana exibida pelo canal, em 1982 já tínhamos assistido Os Ricos Também Choram!

A história começa quando María Luisa (Angélica Aragón) e seu marido sofrem um terrível acidente, no qual o marido morre e ela perde a memória. Após o acidente, María Luisa não lembra que tem uma filha, Isabel (Lucerito), que se torna órfã e é levada para o orfanato do Pe. Eugenio (Gastón Tuset). Quando Isabel faz 10 anos, é adotada por Alexandre (Enrique Lizalde), homem respeitável, generoso, viúvo e com dois filhos: João Carlos e Lili (Usi Velasco). Quando Isabel é levada à casa, imediatamente se identifica com Glória (Alma Delfina), a empregada, que se torna sua grande amiga, assim como João Carlos, o que não acontece com Lili e Irene (Renata Flores), sua tutora, e as duas tornam a vida impossível para Isabel, fazendo a menina sofrer um bocado!. Chispita ainda contou com a ajuda de um anjo da guarda (Alberto Mayagoitía) para conquistar o coração duro da pequena Lili, e reencontrar sua verdadeira mãe, que ela sempre acreditou estar morta. Como um milagre, Bertha (Hilda Aguirre) aparece, ela é irmã de caridade que leva Maria Luisa para trabalhar no orfanato em que Isabel viveu por anos e ainda frequenta. Bertha quer convencer Isabel a procurar sua mãe, devido a seu estranho desaparecimento. Entanto, María Luisa tem outro nome, todos a chamam como Lucía, devido à sua falta de memória. Enredo tipicamente mexicano!

Chispita era uma novela curta em seu país de origem, mas devido ao seu sucesso, o SBT passou a exibir capítulos curtos e sendo exibida em dois horários no mesmo dia, fazendo com a trama se estendesse por nove meses! O sucesso foi bem maior do que a novela anterior, Os Ricos Também Choram. Durante os anos que viriam, ela ainda foi repisada sete vezes. Em 1987, ganhou um remake, intitulado “Luz Clarita”. Desta vez, foi Daniela Luján a encarregada de dar vida ao drama da personagem-título, que agora, ao invés de um anjo da guarda, tinha uma fada-madrinha, a bela e carinhosa Dana (Sandra Echeverría). 

A abertura da novela era feita uma montagem de um quebra-cabeça, cuja gravura era uma criança em um bosque. Ao final, sempre faltava a peça que representa o pai ou a mãe. Havia ainda créditos em ângulos.Esta abertura nada mais é que um plágio da abertura de Pai Herói, novela de Janete Clair, exibida pela Rede Globo em 1979. 

Chispita é considerada uma novela infantil, mas como uma grade carga de emoção onde a protagonista sofre o tempo todo. Mesmo assim, fugindo dos padrões de produções infantis da época e de hoje até, a criançada adorava e torcia para a doce menina de tranças, que pregava o amor fosse feliz no final.

Trecho da novela
dublada em português no estúdio Maga.



sexta-feira, 10 de maio de 2019

VEREDA TROPICAL - NOVELA 1984


Vereda Tropical, telenovela brasileira, produzida e exibida pela Rede Globo, no horário das 19 horas, entre 23 de julho de 1984 e 1 de fevereiro de 1985, em 167 capítulos, substituindo Transas e Caretas  Foi a 33ª "novela das sete" exibida pela emissora, que continua o legado do horário com tramas leves e de comédia! Explorava desencontros amorosos, conflitos de classe e disputas por poder dentro de uma família. Escrita por Carlos Lombardi, com argumento, supervisão de texto e colaboração de Silvio de Abreu e direção de Jorge Fernando e Guel Arraes.

A história era bem divertida, que começa com a operária Silvana (Lucélia Santos) é abandonada grávida pelo namorado, que morreu logo. Fugindo do cerco do sogro Vicente (Walmor Chagas) que queria a posse do neto, Silvana vai morar na Vila do Prazeres. Na vila ela conhece a família da viúva Bina (Geórgia Gomide), proprietária da cantina italiana La Tavola de Michele. Silvana passa então a ser cortejada pelos dois filhos mais velhos de Bina: o romântico e tímido Marco (Paulo Betti), e Luca (Mário Gomes), um talentoso centroavante que procura emprego por diversos times de São Paulo. Depois de muitas reviravoltas, é Luca que conquista o coração de Silvana, e se torna amigo do filho dela, Zeca (Jonas Torres), filho de Silvana. Com passar do tempo, o romance de Silvana e Luca fica tumultuado, por causa do gênio esquentado dos dois e pela presença de Verônica (Maria Zilda), que joga todo seu charme sobre Luca. Mas, a complicação maior é por parte de Vicente, o pai de Verônica  que arma uma verdadeira guerra pela posse do seu neto, Zeca.

No último capítulo, o jogador Luca (Mário Gomes), descoberto pelo Corinthians, estreia no lotado estádio do Morumbi, em São Paulo. A gravação foi um acontecimento memorável: o personagem chegou de helicóptero ao gramado antes do jogo em que o Corinthians enfrentava o Vasco da Gama. Quando o centroavante Serginho marcou o seu segundo gol, o ator Mário Gomes invadiu o campo vestindo o uniforme do clube e comemorou abraçando o atacante. O juiz da partida, José Assis de Aragão, diante do fato inesperado, teve um momento de indecisão, mas expulsou o ator do gramado. O caso irritou os dirigentes da Confederação Brasileira dos Árbitros (Cobraf), que suspeitaram que o juiz tinha favorecido a entrada do ator. A Rede Globo inocentou Aragão, declarando que tudo havia sido improvisado. O  gol de Luca teve a narração de Osmar Santos. O jogo terminou empatado em 2X2 e os 40 mil torcedores protestaram contra o mau desempenho de seus jogadores pedindo a entrada em campo de Mário Gomes, gritando “Luca! Luca! Luca!”.

Uns dos destaques da novela era o personagem Téo (Marcos Frota) que era gago, tímido, medroso e com uma imaginação fértil. Téo tenta a todo custo se aproximar da mãe, Catarina (Marieta Severo), e do avô, Oliva (Walmor Chagas), mas não é bem recebido por nenhum dos dois. Além disso, não sabe como se aproximar das mulheres, nem fazer amigos. Solitário, vive em um mundo paralelo, onde volta e meia imagina ser um super-herói: o Super-Téo, uma paródia do Superman. Aos poucos, o rapaz se aproxima de Gabi (Cristina Pereira). No final da história, consegue conquistar seu amor. Alias, a novela trazia várias paródias de filmes famosos, como Indiana Jones!

Uma curiosidade: um perfume com o nome da novela foi lançado no mercado, fazendo sucesso com o público feminino. Assita agora o primeiro capitulo da  novela:



VEREDA TROPICAL
Autoria: Carlos Lombardi
Supervisão de texto: Silvio de Abreu
Direção: Jorge Fernando e Guel Arraes
Período de exibição: 23/07/1984 – 01/02/1985
Horário: 19h
Nº de capítulos: 184