terça-feira, 24 de junho de 2014

ESPECIAL IRWIN ALLEN II - TERRA E GIGANTES - SÉRIE DE TV


E vamos dar continuidade a maior um post em homenagem ao mestre do desastre: IRWIN ALLEN. Aqui, vamos conhecer um pouco de outra série do mestre: TERRA DE GIGANTES. Dizem que Irwin Allen teve um sonho e se inspirou em realizar a série, outros dizem que ele era fã da história “As Viagens de Gulliver”, e o mais chatos afirmam que se inspirou no clássico “O Incrível Homem que Encolheu” de 1957. Seja qual for, a série é excelente, apesar de cara para época, custando em torno de 250 mil dólares por episódio, sendo que a construção de cenários e objetos gigantes eram os itens mais caros da produção. 


A série foi exibida nos anos 60, e ela acontece em um futuro próximo, em 1983 para ser exato, o que hoje é o passado distante. Como é a premissa da história? Tripulantes e passageiros da nave sub-orbital Spindrift partem para uma viagem de Los Angeles a Londres. Aqui, já existia uma tecnologia na Terra onde as viagens aéreas domésticas eram realizadas em pequenas espaçonaves. Ao chegarem nos limites da atmosfera, o Spindrift (nada mais, nada menos que a Jupiter II, da série Perdidos no Espaço, que acabou recebendo umas readaptações e sendo reaproveitada), é colhido por uma tempestade espacial e transportado para um misterioso planeta que parece bem parecido com o nosso, mas com cerca de 12 vezes o nosso tamanho. Porém, os habitantes e tudo o mais são em tamanho "gigante" e os viajantes se veem como "pequeninos". Os gigantes, em sua maior parte, são seres perigosos e desejam capturar os “Pequeninos”, visto que a tecnologia dos gigantes está 50 anos atrasada em relação à Terra. No decorrer dos episódios, são vistos outros humanos que também caíram no planeta, ou mencionados outros que por lá também  passaram.


As dificuldades são muitas, e os personagens são bem caricatos. Por exemplo, o passageiro Alexander Fitzhugh é um covarde golpista, que nunca está disposto a ajudar e acaba até colocando o grupo em risco por diversas vezes. Há também muita discussão entre o precavido Capitão Burton e o engenheiro Mark Wilson, que muitas vezes perde a noção do perigo, tamanho é seu desejo de retornar a Terra. Para se ter uma ideia da fragilidade dos Pequeninos, como tudo é gigantesco no planeta, uma gota d’água ou um inseto podem até matá-los.

Não há muitos detalhes do governo dos gigantes mas o mesmo aparenta ser um Estado totalitário que oferece uma recompensa pela captura dos viajantes, pois temem a tecnologia terrestre superior. Existe uma polícia secreta à la KGB, controlando tudo e todos. O nome da polícia é SID (Special Investigation Department), cujo integrante é o sádico inspetor Kobik. Alô guerra fria!

Logo após o pouso forçado, os viajantes passam a viver frequentemente em perigo, com muitos sendo capturados e obrigando seus colegas a ações para resgatá-los. Criam alguns utensílios, usando barbantes como cordas, pregadeiras ou clips como ganchos. Constantemente defrontam-se com os animais gigantes, principalmente gatos. A nave é inoperante após a queda e é escondida numa floresta próxima a uma cidade, servindo de abrigo. Apesar de não confiarem nos "gigantes", em vários episódios os viajantes estabelecem alianças com alguns deles, buscando benefícios mútuos.

Em nenhum momento é mencionado o nome do planeta dos gigantes, mas eles conhecem a Terra e outros planetas do Sistema Solar. Provável que a localização do planeta gigante deva estar em uma dimensão paralela, que pode ser acessada por meio de uma misteriosa “fechadura”, algo que também é do conhecimento de alguns dos gigantes. Outra informação que é passada ao longo dos episódios é que os habitantes desse planeta não possuem naves espaciais tripuladas, explicando assim o não aparecimento de nenhum gigante aqui na Terra.


Nos anos 60, onde ainda não existia a computação gráfica, entra o charme da série em recriar o mundo gigante. Para dar maior impressão de que os atores gigantes realmente tinham alguns metros de altura, as cenas eram filmadas de baixo para cima, a uma certa distância. Em outros momentos, quando um gigante agarra uns dos pequeninos, as cenas mostravam apenas as pernas se movimentando, um efeito mecânico por entre a mão fechada do gigante. A equipe de criação e design era muito competente e conseguiu reproduzir bem alguns objetos em grandes dimensões, como hidrantes, câmeras, coleira de um cão, um esfregão ameaçador, tubos de ensaio, uma galinha com fome, drenos, rédeas de um cavalo, entre outros. Mas apesar dos gigantes falarem a mesma língua dos humanos, a escrita não é a mesma.

Uma grande série (no sentido mesmo da palavra!) que marcou uma geração como  a minha!